“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.
Pastor Marthin Luther King
Uma das mais belas frases de Luther King e, por isso, recorrentemente citada por seus admiradores. O desvio de sentido para o qual o autor direciona sua preocupação dá a força do enunciado, isto é, o que o preocupa não é o grito das pessoas más, mas o fato das pessoas boas fazerem silêncio. Mas será que de fato são boas as pessoas que silenciam? Por seu uso corrente, a frase parece ter criado um comportamento conformista no qual o silêncio se torna condição para ser bom. Certamente, não foi essa a intenção do autor, mas as palavras são perversas e criam realidades para além das vontades. Novos contextos demandam novos sentidos e, portanto, novas frases. Para isso, vale recuperar a frase do Apóstolo Tiago, quando diz: Na verdade, saber fazer o que é certo e não fazer é pecado (Tiago, 4, 17 – Bíblia Mensagem). A omissão é identificada pelo apóstolo como má; sendo o silêncio a principal forma de omissão, não pode ser visto como coisa boa, logo não são bons os que silenciam.