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quinta-feira, 15 de março de 2012

GRANDIOSA É A MINHA INDIGNAÇÃO...


            Imagino Deus, em toda sua grandiosidade e poder. Como Ser Onipotente, Onisciente e Onipresente, suas qualidades, no mínimo, lhe permitem alcançar as intenções mais ocultas da mente humana. Criador do universo e, portanto, deste mar de falsidades, este Deus não precisaria de uma análise de terapia ou de discurso para interpretar os não-ditos das verborragias de suas criaturas. Poderoso como o é, conhece as intenções do indivíduo antes mesmo da criação do mundo. Um ato, por menor que seja, é carregado de intenções, mesmo quando sejam motivados inconscientemente conforme atestaram Sigmundo Freud, C. J.  Jung, Alfred Adler,  Wilfred Bion, Jacques Lacan, entre outros psicanalistas. Antes de eles desenvolverem o conceito de inconsciente – coletivo ou individual – e até antes da fundação do mundo, Deus já sabia. 

             

terça-feira, 6 de março de 2012

ENTRE A CRUZ E O CAPITAL: A TEOLOGIA CAPITALISTA E O ESPÍRITO DO NEOPENTECOSTALISMO

Essa consciência da graça divina por parte dos eleitos e dos santos é acompanhada de uma atitude para o pecado do próximo, não de compreensão simpática baseada na consciência das próprias fraquezas, mas de ódio e de desprezo por ele, por considerá-lo inimigo de Deus e portador dos sinais da condenação eterna.
Max Weber – A ética protestante e o Espírito do Capitalismo
           


Após a leitura do texto O que a esquerda deveria aprender com osevangélicos, fiquei meditando o quanto a realidade de mais de 20% de evangélicos no Brasil ainda é desconhecida pela intelectualidade brasileira. Seria possível constituir uma ética pentecostal na linha teórica da ética protestante feita por Max Weber? Ou as relações entre a cultura capitalista e a fé, seja na religião, na ciência ou qualquer outra crença, estão fundidas de modo que não seja mais possível distinguir uma de outra? O autor do texto vê a presença das religiões evangélicas nas classes mais populares um exemplo a ser seguido pela esquerda. Tenho de concordar que, diferentemente dos religiosos, a maior parte dos partidos de esquerda tem preferência aos intelectuais, universitários e classe média. A exceção só é feita àqueles que acabam tendo maior popularidade em seus bairros, sindicatos, movimentos sociais e, por isso, tornam-se capital político importante para seus partidos. Mas daí achar que impera uma cultura democrática nas igrejas, de modo que as participações ativas independem das diferenças socioculturais de seus fiéis, é mostrar total falta de conhecimento da realidade evangélica.