Páginas

sexta-feira, 13 de abril de 2012

DO RITO AO FETICHISMO, À IDOLATRIA E À MERITOCRACIA: A morte da coletividade e do sentido de pertencimento.


Amo os ritos. Uma das razões que me faz amá-los é sua beleza estética. O rito exige dança corporal, criatividade, gosto estético, comunicabilidade e, sobretudo, a atenção das pessoas envolvidas nele.  A maior preciosidade que o rito nos coloca é o sentido de pertencimento. Praticar certos ritos faz com que temos consciência de que não estamos sozinhos no mundo, mas que coexistimos com outras pessoas, com outros seres vivos e com a natureza. Grosseiramente definindo, o rito é todo ato que, repetido, liga a consciência individual ao sentimento de coletivo. Há ritos nas menores coisas que fazemos na vida: desde o levantar-se e arrumar a cama, escovar os dentes, tomar banho, até a participação de eventos que exigem fazermos tal o tal gesto ou dizermos tais ou tais palavras. A comunicação verbal e corporal é ritualística: desde a roupa que vestimos para cada ocasião da vida, até o bom dia dado a um amigo ou a um estranho causa-nos esse sentimento de pertencer.