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quarta-feira, 19 de março de 2014

CRUELDADE E COVARDIA DA PM DO RIO OU O CORPO ARRASTADO!

          


"Aquiles chorou, lembrando o querido companheiro, sem que o sono, que a tudo rende, pudesse vencê-lo: girando aqui e ali (...) Olhando para trás, explodiu em lágrimas (...) e, finalmente, levantou-se e caminhou inquieto na beira-mar, (...), então pegou os cavalos e o carro leve, amarrando neles o corpo de Heitor, arrastou-o cerca de três vezes em volta do túmulo do falecido Patroclo; logo em seguida voltou-se para a tenda e deixou o cadáver deitado com o rosto na areia" Ilíada, Livro XXIV, Capítulos 1-22.



          




               Heitor tem nas mãos os sangue do amigo e amante de Aquiles: Patroclo. Este, envergando a armadura do seu amigo e amado, vai à guerra contra os troianos e é ferido de morte por Heitor. Aquiles, após os rituais fúnebres, exige a vingança. Sob as muralhas intransponíveis da orgulhosa Tróia, dá-se a batalha, cuja narrativa homérica faz dela o ápice e uma das cenas mais clássica da literatura universal. Aquiles, semideus cortador de gargantas, filho da deusa Tétis e do rei Peleu, era conhecido pela sua indomável capacidade de guerreiro de destruir seus inimigos com um só golpe. Heitor, príncipe e herdeiro do trono, simples mortal, também gozava de profundo respeito pelos seus inimigos por ser um grande lutador. Ambos se enfrentam. Após uma árdua batalha, Heitor cai sob a espada de Aquiles. Não contente em matar o assassino de seu amante, ele ata o corpo de seu inimigo em seu carro e dá três voltas em redor do túmulo de Patroclo para desgosto do generoso rei Príamo, pai de Heitor. Não bastasse matar seu inimigo, o desejo de vingança de Áquiles exige que o corpo seja ultrajado, violado em sua morte. Nada mais ofensivo para os gregos do tempo de Homero do que a violação do corpo de um morto.