Intervenção na
Comissão de leis sobre o casamento para todos – Assembleia Nacional – França [1]
Assembleia
Nacional, [Paris] 15 de novembro de 2012.
Excelentíssimo Sr. presidente da Comissão de leis, Sr. Relator, senhoras
e senhores parlamentares, gostaria de agradecer a honra que
me outorgaram me convidando para esta sessão sobre um tema ao qual já dediquei
muitos estudos enquanto historiadora sobre a família, sexualidade, psicanalise
e psiquiatria. Permito-me também falar aqui como “testemunho”, posto que minha
mãe, Jenny Aubry, pediatra, médica e psicanalista durante toda a sua vida
tratou de crianças em sofrimento: crianças abandonadas, em orfanato,
maltratadas, crianças doentes, crianças superdotadas, crianças aguardando
adoção e filiação.
Sou favorável a essa lei e como muitos de meus colegas sociólogos,
antropólogos e historiadores que os senhores já ouviram – penso em particular
como Irene Théry – fiquei surpresa com a violência com a qual, novamente, os
homossexuais foram estigmatizados em seu desejo de fundar uma família e,
portanto, de beneficiar, através do casamento, de direitos equivalentes aos de
pessoas de sexo diferente.