O neopentecostalismo, fundamentado
na teologia da prosperidade, tem crescido vergonhosamente no Brasil – isto é
evidente. Com promessas de aumentar o galardão nos céus para os fiéis que
aumentarem o valor de seus dízimos e ofertas, essas Empresas têm aumentado seu
capital financeiro de modo talvez nunca visto na história da economia do
ocidente. O que não querem deixar evidente são as tramoias e alianças nos
bastidores feitas entre essas instituições e os partidos políticos como PT,
PSDB e suas versões genéricas. Para estes, a promessa ocorre em cores mais materialistas:
quanto maiores os privilégios fiscais, econômicos e políticos garantidos a
essas instituições, maiores as chances de um desses partidos (em breve os dois
juntos) se apossar do poder executivo municipal, estadual ou federal.
Silas Malafaia novamente vêm a
público fazer declaração de apoio a José Serra para prefeito de São Paulo.
Celso Russomano é o braço da Universal. Fernando Haddad e o PT já deram
demonstrações de subserviência à bancada evangélica: quem de fato tem
alimentado o obscurantismo no Brasil?
Recorrentemente, fazem discursos sobre o avanço teocrático no Brasil que ora é representado em São Paulo por Celso Russomano. Atacado tanto pelo PSDB quanto pelo PT, esse avanço obscurantista parece ter vida própria e força suficiente para ameaçar a laicidade do Estado. Desse modo, querem nos fazer acreditar que de um lado há os defensores do Estado Laico – militantes petistas e psdbistas reivindicam este lado – e de outro, os donos de Deus, inquisidores da Idade Média que se reagrupam e crescem exponencialmente a cada eleição.
À medida que vemos uma declaração de
Malafaia que, ao mesmo tempo chama voto ao Serra, ataca a Universal e a Igreja
Católica, surge-nos a questão sobre esse discurso polarizador entre defensores
do Estado Laico e obscurantistas religiosos. O que tal discurso esconde? O que
ele tenta apagar? Fica evidente na fala desse “pastor” a fragilidade dessa
suposta autonomia religiosa. Partidos que se dizem defensores dos Direitos
Humanos tem dado mostras do interesse político ao buscarem apoio e dar palanque
a esses religiosos. Em 2010, nas eleições presidenciais, tanto o PT quanto o
PSDB fizeram uma corrida em busca das “orações” desses fiéis – e encontraram.
É evidente que a as Instituições
Religiosas, sobretudo neopentecostais, deixaram de ser apenas um polo
agremiador das práticas de fé para tornarem-se grandes empresas e grandes
negócios. Em tempos de crise econômica,
sem dúvida, elas são as que mais crescem economicamente, evidenciando o grande
papel que exercem na manutenção do sistema capitalista. Esses partidos, por sua
vez, vendem seus programas ideológicos para o primeiro que oferecer o melhor
preço: garantir a chegada deles na máquina do Estado.
Concordo com o crescimento desse
obscurantismo religioso na política brasileira, mas não acredito que o faça a
despeito das disputas políticas partidárias em épocas de eleição. A cada
processo eleitoral, fica evidente que partidos como o PT e o PSDB são os
responsáveis por permitir o crescimento da Teocracia. Essa busca de apoio das Empresas
“Cristãs” começa entre os intervalos das eleições. Certamente o fazem rifando
direitos fundamentais das populações pobres e marginalizadas. Quando no poder,
permitem a especulação imobiliária para construções de grandes templos,
benefícios fiscais nas compras vultuosas de produtos que alimentam a fé de seus
fieis, concessões públicas nos meios de comunicação e outros benefícios que a
grande mídia, também alimentada por esses obscurantistas, escondem.
É preciso colocar em questionamento esse
discurso binarista que cria uma cortina de fumaça em torno dessas alianças
espúrias entre partidos e instituições religiosas. É evidente que o crescimento
da bancada religiosa é de total responsabilidade desses partidos fisiologistas
que buscam apenas o poder. Eles quem têm possibilitado o crescimento do
fundamentalismo religioso, cujas ações agridem violentamente os direitos
fundamentais da população negra, LGBT, das mulheres e da população pobre em
geral.
O que está posto nessa declaração
de Silas Malafaia não é apenas o protagonismo dessa liderança intolerante na
política brasileira. Mais que isso: é a simbiose entre eles e os partidos em
nome de um fisiologismo político cujos efeitos serão, a curto, médio e longo
prazo, danosos para toda a população.
Malafaia com seu discurso obscuro, dá sustentação a ultra direita no país, e desvirtua o que a Bíblia preconiza como princípio cristão!
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